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Toledo

24/03/2021

Dados epidemiológicos apontam recorde de óbitos apesar de queda no número de casos

Dados epidemiológicos apontam recorde de óbitos apesar de queda no número de casos

O Comitê de Operações Emergenciais (COE) de Toledo divulgou a análise dos dados da última semana epidemiológica (de 14 a 20 de março), a qual justifica a manutenção das medidas restritivas adotadas pelo poder público municipal e estadual. Ao comparar com as duas semanas anteriores, a pontuação da Matriz de Risco indicou um cenário ruim da pandemia, mantendo Toledo na bandeira Roxa. 

Casos

Se considerado apenas o número de novos casos confirmados para Covid-19 em Toledo, percebeu-se uma leve tendência de queda. Na semana epidemiológica 08 (21 a 27 de fevereiro) foram registrados 1062 casos, seguidos por 1093 na semana 09 e 952 na semana 10. Na última semana esse número caiu para 581, porém podem existir dados represados de exames a serem lançados no sistema da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

No mesmo período, não é possível comemorar a mesma proporção de diminuição do número de óbitos. A semana epidemiológica 08 foi marcada por nove óbitos, seguidos de 11 na semana 09. Esse número deu um salto na semana 10 com 22 óbitos e fechou a última semana com 14 óbitos. Ou seja, nos últimos 30 dias foram registrados 56 vidas perdidas de Toledo, mais da metade de mortes registradas por Covid-19 em 2021. 

Análise

O diretor geral da Secretaria de Saúde e integrante do COE, Fernando Pedrotti, disse ser necessário olhar para a pandemia nos mais diferentes aspectos. “Se olharmos sob aspecto da ocorrência de novos casos, percebe-se uma tendência de diminuição. Mas faço aqui um alerta, a gente sai de uma situação muito ruim para uma situação ruim, tá longe de ser boa. Porém, este cenário nos mostra que as medidas adotadas para diminuir a circulação de pessoas e diminuir a possibilidade do contágio tem trazido resultados”, aponta Pedrotti. 

Ele destaca vários outros aspectos que precisam ser lembrados. O segundo deles é a taxa de ocupação de leitos, ela continua muito superior à capacidade que temos. Na Macrorregião de saúde existem hoje (23) 287 leitos de UTI. “Mas temos 123 pessoas aguardando leitos de UTI na macrorregional oeste”, menciona o médico. 

A informação é que no Pronto Atendimento Municipal (PAM) nove pessoas estão aguardando pelos leitos de UTI. A 20ª Regional de Saúde conta com 56 leitos de UTI e uma média de permanência de duas a três semanas nestes leitos. “Temos uma situação extremamente grave. Do ponto de vista da mortalidade, percebemos que nossas taxas de letalidade aumentaram”, conta Pedrotti. Ele atribui a pelo menos três fatores a essa situação. 

O primeiro deles, maior tempo de espera por leitos de UTI. “Sabemos que há uma correlação muito forte entre o tempo de espera e o desfecho da Covid-19. Quanto maior o tempo de espera, maior a ocorrência de óbitos”. O segundo motivo é a provável circulação da variante do vírus no nosso meio. “Essa variante é duas vezes mais transmissível e pode chegar a ser dez vezes maior a carga viral dessa transmissão. Maiores cargas virais significam maiores riscos de uma evolução ruim, maior probabilidade de uma evolução desfavorável, inclusive para o óbito”, explica. 

O terceiro aspecto é em relação a mortalidade, temos uma situação onde muitos acreditam que a presença da vacina ou o início da vacinação diminui riscos. “Mas não diminuem. Nós temos visto pessoas jovens evoluindo para óbito, infelizmente. Alguns nos perguntam se tinham comorbidades, mas não, não tinham. Então isso mostra que temos uma situação mais desfavorável no nosso meio”, lamenta. 

Cuidados

Fernando Pedrotti salienta a necessidade de redobrar os cuidados e de compreender que o risco continua bastante alto ou talvez até tenha aumentado com a chegada dessa nova variante com carga viral maior e com risco de um desfecho desfavorável. 

É necessário continuar diminuindo o número de novos casos e as taxas de transmissão. “Para isso dependemos da população, do comportamento das pessoas. Ele que vai ser decisivo, mais do que nunca, quanto a evitar o que poderá ocorrer”. 

Pedrotti frisa que o cuidado precisa existir nos mais diferentes ambientes. “É preciso que as pessoas compreendam a gravidade do momento. Ter um comércio aberto não significa necessariamente que as coisas estejam normais. É preciso que as pessoas evitem aglomerações. É preciso que evitem o contato umas com as outras, pois a partir deste contato é que teremos o contágio e a partir do contágio, novos casos”, explica. 

Desafios

Ao analisar comparativos com outras cidades de porte similar ao de Toledo e a evolução da situação epidemiológica, os profissionais de saúde do município temem enfrentar aproximadamente mais 60 dias difíceis em função do colapso no setor de saúde. Outras dificuldades vão surgindo, entre elas a manutenção de um estoque mínimo de medicamentos para os pacientes internados, sedativos, relaxantes musculares. A demanda por essas medicações está enorme no país como um todo. Os custos subiram e está cada vez mais difícil encontrar disponibilidade destes produtos no mercado. 

O aumento de pacientes graves significa aumento da demanda por medicamentos, por oxigênio, por equipe de profissionais. “Temos ampliado tudo que é possível, mas chega um determinado ponto que não podemos ir além. Mesmo com Processo Seletivo Simplificado (PSS) aberto, houve a reorganização do sistema com unidades suspendendo atendimentos para poder reforçar equipes de atenção a Covid-19”, acrescenta Pedrotti.

 

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Fonte: TOLEDO | CIDADE PORTAL | PREFEITURA MUNICIPAL DE TOLEDO

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