Covid-19: Toledo apresenta situação epidemiológica em viés de estabilidade

Mantendo o compromisso de apresentar à imprensa a situação epidemiológica da Covid-19 em Toledo a cada duas semanas, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu na manhã desta sexta-feira (29) uma coletiva para a qual profissionais de vários veículos de comunicação da cidade e região foram convidados. Neste encontro, a secretária responsável pela pasta, Gabriela Kucharski, trouxe dados que apontam para uma estabilidade da pandemia no município.

A letalidade (razão entre os números de óbitos e infectados) da doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) permanece abaixo de 1% (0,98%), abaixo do índice nacional de 2,5%, e a média diária de atendimentos realizados pelos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) a pacientes com sintomas de síndrome gripal (CID-J11) ainda está em torno de 90. “A curva ainda está levemente ascendente, porém vemos que o cenário parou de piorar e precisamos esperar mais alguns dias para confirmar esta tendência de estabilidade”, avalia a secretária.

Esta situação é confirmada pela redução no número de casos confirmados nos 28 primeiros dias de janeiro (2.098) em relação a dezembro (2.429). O mesmo ocorreu em relação ao número de pacientes que precisaram de internação pelo SUS: 75 no último mês de 2020 e 56 no primeiro de 2021. 

Outro fator que trouxe um alívio à estrutura regional de saúde pública diz respeito à queda da taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) na Macrorregional Oeste. Essa redução é motivada sobretudo pela inclusão de sete vagas no Hospital Moacir Micheletto, totalizando 197, ou seja, 177% a mais do que no início da pandemia (71).

Gabriela também apresentou dados referentes a gênero, idade, sintomas e endereço dos pacientes diagnosticados com Covid-19. Embora o número de óbitos seja mais alto entre os homens (74 a 45), as mulheres ainda representam a maioria entre o número de infectados (54% a 46% em janeiro).

Da mesma forma, pessoas em idade produtiva (20 a 59 anos) representam 78,09% do total de casos. Os idosos acima de 60 anos representam em torno de 13% dos infectados, porém respondem por 72,27% do total de óbitos (86 de 119) causados por Covid-19.

Tosse e dores na cabeça e no corpo são os sintomas mais comuns entre aqueles que testaram positivo para o Sars-Cov-2. Contudo, a incidência de pessoas que têm o olfato e o paladar alterado está cada vez maior. 

A preocupação com as festas de fim de ano justificou-se com o aumento na transmissão comunitária do vírus causador da Covid-19. Entre 10 e 16 de janeiro, o tipo (presumido) indeterminado de contágio superou os de fonte domiciliar e laboral.

Avaliando a quantidade de casos por bairro, nota-se um aumento considerável em duas das mais populosas regiões da cidade: Vila Pioneiro (de 98 entre 20 de dezembro de 2020 a 02 de janeiro de 2021 para 129 entre 3 e 16 de janeiro) e Centro (de 93 para 120). Em termos relativos, os maiores aumentos neste período foram registrados no Parizotto (300%), Independência (200%) e Operária (140%). Por sua vez, as maiores quedas foram no Concórdia (-13,3%), Santa Maria (-29,4%) e Becker (-50,0%). “Em todo este contexto, a situação que mais nos preocupada é a do Independência, pois lá foi também o bairro em que o LirAa [Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti] mais encontrou criadouros do mosquito que transmite a dengue, que tem sintomas muito parecidos com o da Covid-19. É importante manter estas duas situações controladas, o que só será possível com a conscientização dos moradores”, avalia Gabriela.

Vacinação

A secretária falou também sobre a campanha de vacinação contra a Covid-19, iniciada no último dia 20. Até às 20 horas desta quinta-feira (28), 2.066 moradores de Toledo haviam recebido a dose contra a doença: 44 vacinadores, 67 idosos institucionalizados, 51 trabalhadores de instituições de longa permanência de idosos (ILPIs) e 1.904 profissionais da saúde. “A avaliação deste trabalho é muito boa, iniciando com a aplicação in loco e agora estamos centralizando o serviço na sede da Secretaria de Saúde. Das dez etapas da primeira fase, oito já foram ou estão sendo cumpridas. A ampliação deste número e o avanço para as próximas fases do plano de imunização da Sesa [Secretaria de Estado da Saúde] e do Ministério da Saúde dependem do envio de uma quantidade maior de doses. Para ter uma ideia do tamanho deste desafio, cerca de 20 mil idosos residem em Toledo”, informa.

Volta às aulas

Questionada sobre o retorno às aulas presenciais, Gabriela foi categórica: não há mais motivos para privar os estudantes de frequentarem o ambiente escolar, o qual deve ser adequado para impedir a disseminação do novo coronavírus entre alunos, pais e professores. “A análise feita pelo COE [Centro de Operações Emergenciais] demonstra que o momento é favorável a este retorno, pois, ao contrário do que se imaginava, as crianças não são supertransmissoras e geralmente não correm risco de quadros graves de Covid-19 se forem infectadas. Desde novembro do ano passado as aulas presenciais foram liberadas nas escolas particulares de Toledo e isso não interferiu em nada a situação epidemiológica em nosso município”, relata. 

A secretária de Saúde comentou sobre o Decreto nº 26/2021, publicado nesta quinta-feira (28), que reduziu a restrição de funcionamento de algumas atividades econômicas, como as escolas. “Se está havendo os setores considerados essenciais estão sendo flexibilizados, porque não a educação, que é tão essencial para nossas famílias?”, indaga. “Nossa recomendação em relação aos professores  é isolar aqueles que estão em grupo de risco e oferecer EPI [equipamento de proteção individual] para não está. Com estes cuidados, é possível manter as escolas funcionando”, assegura.

Variantes

As autoridades sanitárias de todo o mundo estão preocupadas com variantes mais transmissíveis e potencialmente mais letais do novo coronavírus que as já conhecidas pela comunidade científica. Uma destas mutações já é predominante no Amazonas e é apontada como um dos principais fatores do colapso que o estado está enfrentando por causa da Covid-19, crise que pode se repetir em outras unidades federativas.

A esse respeito, o Município de Toledo está seguindo norma orientativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Em breve, vamos enviar ofício à administração do Terminal Rodoviário no sentido de detectar passageiros que tenham vindo da região amazônica e orientá-los para que façam quarentena assim que desembarcarem em Toledo antes de seguirem com sua programação. Essa recomendação será ampliada para passageiros oriundos de outras regiões à medida que esta variante se espalhe pelo nosso país”, salienta Gabriela.