ReCriare Down e Associação dos Autistas apresentam demandas à administração municipal

A questão das pessoas com autismo e com síndrome de Down foi pauta de encontro realizado na manhã desta quarta-feira (27) na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito. Na ocasião, representantes da Associação de Familiares e Amigos dos Autistas e do Movimento ReCriare Down conversaram com o prefeito Beto Lunitti, o vice Ademar Dorfschmidt e integrantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A principal demanda da Associação dos Autistas e o ReCriare Down é a implantação de uma infraestrutura para concentrar atendimentos para pessoas com deficiência, incluindo um Centro de Equoterapia, uma luta de muitos anos dos grupos que trabalham com as pessoas com necessidades especiais. “É uma situação que desenvolve todos os aspectos, não somente a locomoção e o equilíbrio. Tem a questão da socialização, da interação com o animal, enfim, são vários benefícios”, analisa a representante do ReCriare Down, Iria Schwarzbold.

Além desta situação, outros assuntos foram explanados para o prefeito, como a situação de vagas de trânsito para as pessoas com deficiência poderem ser utilizadas também pelos pacientes com o transtorno do espectro autista (TEA), além do transporte público gratuito. Para o prefeito Beto Lunitti tudo o que foi apresentado pelas entidades é legítimo e merece atenção da administração municipal. “O que vocês trazem são questões importantes. Neste momento, a administração municipal se compromete em estudar a possibilidade de um centro para atender as pessoas com deficiência, reunindo os autistas, pessoas com síndrome de Down e outras situações. Nossa primeira ação será visitar alguns terrenos que atendam a demanda de vocês, com espaço para acomodar uma infraestrutura adequada. Podemos começar com o Centro de Equoterapia e avançar em outros espaços, gradativamente”, detalha. 

Beto Lunitti fez a sugestão de duas áreas para o Centro de Equoterapia - uma no Loteamento Schneider e outra na região do Jardim Gisela - que serão visitadas por ele e pelos representantes das duas entidades no próximo domingo (31). O prefeito também verificará os dois espaços cedidos para a Associação dos Autistas, porém, segundo relatos das representantes da entidade no encontro, estes não oferecem condições adequadas para a utilização no momento. 

O vice-prefeito Ademar Dorfschmidt deixou claro que tudo que for preciso e estiver dentro das questões legais e possíveis da administração municipal será feito. “Vocês trouxeram várias demandas e vamos analisar todas com carinho.  Não nos falta vontade para atendê-las”. 

Na avaliação da presidente da Associação de Familiares e Amigos dos Autistas, Danúbia Portolan, o encontro foi bastante proveitoso. “Sermos recebidos já no primeiro mês desta gestão nos anima. Conseguimos sentir que há o interesse em resolver algumas situações mais emergenciais”. Ela ainda acrescentou que as lutas em prol da categoria são diárias. “Temos avanços importantes, como a inclusão dos assentos preferenciais nas salas de espera, entre outras conquistas. Apontamos ao prefeito algumas situações e vamos continuar lutando”, concluiu. 

Atendimento aos autistas

Hoje a Associação de Familiares e Amigos dos Autistas acompanha aproximadamente 250 pacientes, entre crianças, adolescentes e jovens, e alguns deles, além de apresentarem Transtorno do Espectro Autista (TEA), possuem outras comorbidades. Quando diagnosticados e tratados até o oitavo ano, as chances de reverter quadros mais graves de TEA chegam a 80%, segundo informações repassadas pela presidente da Associação de Familiares e Amigos dos Autistas, Danúbia Portolan. 

“É um dado importante e nos coloca numa situação de observar com atenção o atendimento a este público e buscar aprimorá-lo”, comenta a secretária de Saúde, Gabriela Kucharski. Atualmente, a maioria dos autistas são acompanhados, nos primeiros anos, pelo Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Caps-i), serviço sob responsabilidade da SMS. Uma das propostas apresentadas pela secretária é preparar os profissionais da atenção primária para diagnosticar, de forma precoce, o TEA. Outro fator que contribuirá para esse trabalho é a implantação do ambulatório para crianças e gestantes de alto risco. A estrutura faz parte do plano de governo da atual gestão. “O planejamento para Toledo contar com este serviço está em andamento. Teremos dois pediatras e uma equipe multidisciplinar que poderá também contribuir com mais esta atribuição”, informa Gabriela, que estava acompanhada no encontro da diretora de Saúde Mental, Leila Machado.